Entenda o que é racismo estrutural

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  • Talitha Benjamin
 Racismo estrutural

No Brasil, por causa do mito da democracia racial, acredita-se que o racismo acabou, e que, quando ele ocorre, se trata de um episódio de preconceito ou injúria racial isolado, quando na realidade, a opressão de raça está presente desde o início da história do país, o que significa que neste país o racismo é estrutural.

Antes de falar sobre racismo estrutural, é importante diferenciar os conceitos que com frequência são confundidos com racismo: o preconceito (ato de julgar sem conhecer) e a discriminação (ato de diferenciar e tratar pessoas de um modo diferente em detrimento do outro).

O racismo se trata de uma forma de opressão baseada na cor da pele e origem étnica, e, falando especificamente dos negros no Brasil, está enraizado nas instituições e nas estruturas políticas, sociais e econômicas do país.

Contexto histórico

O Brasil foi o último país do continente americano a abolir a escravidão, o que significa que há pouco mais de um século, as pessoas negras ainda eram traficadas e mantidas em condições subumanas de trabalho, sem remuneração e submetidas à tortura física e psicológica.

O fim da escravidão através da Lei Áurea não garantiu nenhum tipo de reparação, indenização ou direito assegurado aos negros. As condições subumanas nas quais viviam as pessoas pretas não foram extinguidas por completo, a mentalidade dos brancos não mudou, e mais: nada foi feito para assegurar a igualdade racial.

A era da escravidão, que durou de 1530 a 1888, instaurou uma política de liquidação e exploração sistemática dos africanos e seus descendentes, cujo efeitos colaterais são sentidos na população negra brasileira até os dias de hoje.

Estruturas e instituições racistas

Acompanhando o contexto histórico, é possível identificar uma série de hábitos, práticas e comportamentos inseridos nos costumes sociais, culturais e institucionais no Brasil, que acabam por promover a discriminação e o preconceito racial.

Falar de opressão estrutural significa que, nos mais variados níveis sociais, políticos, econômicos e culturais, há uma clara desvantagem: dados do IBGE para 2016 apontam que, entre os 10% mais pobres da população brasileira, 78,5% são negros (pretos ou pardos); já entre os 10% mais ricos, 72,9% são brancos.

Outro dado que pode ilustrar a disparidade de oportunidades entre raças no Brasil, é o da presença de negros nas universidades: em 2015, 12,8% dos jovens negros entre 18 e 24 entraram na universidade, contra o dobro de brancos da mesma faixa etária que alcançaram o ensino superior.

As pessoas negras também são as maiores vítimas de violência no país – de acordo com o Atlas da Violência, estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 75,5% das vítimas de homicídios do ano de 2017 foram pessoas negras.

Mito da democracia racial

Mesmo com esses números que comprovam que o racismo atinge todas as esferas possíveis, instaurou-se no Brasil o mito da democracia racial, que é a crença de que a miscigenação (mistura entre raças) extinguiu as tensões raciais no Brasil. Essa crença possibilitou que, por muitas décadas, o racismo fosse obscurecido da história brasileira, pois até hoje se acredita que brancos e negros possuem as mesmas oportunidades de superar as adversidades, e que são tratados da mesma forma.

A ausência de negros em posições de destaque no Brasil – e a presença abundante dos mesmos em situações de vulnerabilidade – é bastante significativa: raramente se vê médicos, professores universitários, doutores, juízes e políticos negros; não pela falta de qualificação, mas sim pela falta de oportunidade, já que a maioria dos negros, por viverem na pobreza, têm pouco acesso à educação e a outros recursos básicos, logo, menos oportunidades de chegar à posições notórias na sociedade.

É essencial que se faça o resgate histórico da real profundidade do racismo no Brasil para que se possa compreender os privilégios de pessoas brancas e desvantagens de pessoas pretas, que se trata de heranças históricas que não podem ser ignoradas ou relativizadas, pois ainda determinam as relações raciais dos dias de hoje.

O racismo estrutural é algo que precisa ser combatido na raiz – ou seja, direto nas instituições que ainda promovem a desigualdade-, para que, assim, possamos construir uma sociedade justa para os brasileiros e coerente com a história.



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